domingo, 1 de julho de 2012

Entorpecência da Alma

"Ouça... E entenda... O que foi que fez, ou, por que foi que fez?"
Indagando um coração entorpecido ao outro, causador da entorpecência...
Pouco, tão pouco se torna necessário quando por um instante, se deixa introduzir as mãos, certas do que focam, no mais profundo do peito, arrancando-lhe a paz, vertendo-lhe a vida... Argumento nenhum seria o bastante para justificação desse ato.
Maldito e bendito ao mesmo tempo... Traz fogo, água e sede! Fogo que só obedece ao que entorpece... Água que transborda sentimentos do entorpecido, e sede, muita sede...Daquele que esse "mal tão bom", causa.
Ah se pudessemos exterminar a sede, a saudade, a falta, o vácuo do que se forma, quando todo o ar necessário não se encontra próximo da alma...
Mas e quando ainda, além de tudo, o entorpecente sequer tem noção de sua ação entorpecedora... Mesmo que se diga saber, mas não mensura tal dimensão, pois se a soubesse de fato, piedade teria do coração entorpecido.
"Corra dormir para esquecer, tente preencher o vácuo e sanar esse mal causado"... Conselhos alheios de corações nada enfermiços. Todavia não se dorme, e quando o faz, se enriquece a morbidade da paixão... Se tenta esquecer, logo lembra-se do que se deve ser esquecido, e ao tentar preencher o vácuo, é tragado por este, na angustiante falta do ar que ocuparia seu espaço vazio... Então conclui-se que, se entorpecido estiver o peito por um outro distante de si, que apenas aguarde sua chegada, ou não... Pois buscar remédio, é desalinho e tempo perdido... Se vier á salvá-lo por fim, se entorpeça de outro ânimo, e por este seja ainda mais entorpecido!
Caso nunca chegue a solução, deixe que o peito transpire tal entorpecimento, até que se verta a última gota, seja em forma de silêncio ou de dor... E que por fim após essa depuração natural da alma, venha sentir pela primeira vez, a sanidade de não mais desejar aquilo que não se tem...



Um comentário: