sábado, 23 de junho de 2012

A Razão

A humanidade tem maneiras estranhas de enxergar a imagem refletida... Não que a maneira do autor seja perfeita, muito pelo contrário. Não existe nada de correto ou perfeito na humanidade, visto que esta é desordenadamente louca e imperfeita, mesmo que se achando o contrário, que pense assim...
O que se percebe com o passar dos anos, dos dias emaranhados um sobre os outros, é que nada e ninguém possui a tal da "razão", essa figura tão célebre, jamais se encontrará em nossa posse!
A razão, o estar com ela em sua totalidade, ser dono dela, mesmo que por um instante, é de fato incoerente e impossível. A razão é completa e definida, é uma figura esférica e unânime, sendo que ao gerar uma controvérsia, deixa de sê-la...
É como se toda a existência dissesse por um momento "Sim ou Não" para alguma questão, de forma unânime, o que jamais houve, não há e jamais haverá.
Somos controversos, nossa natureza discute com o mundo exterior, questiona, impõe, exige, reclama, retruca e discorda constantemente de tudo e todos.
Logo, a razão deixa de existir, pois se eu desconfio da verdade alheia, ela deixa de ser razão para mim...E vice-versa...
Verdades...Verdade? Que verdade, o que é verdade, como saberemos qual é a verdade? Não, jamais saberemos... Pois quanto mais se prescurta, mais se descobre, que menos se sabe, e que mais se foi enganado...Mais se teme, mais descobrir, que muito se pensava saber, e que menos á cada dia se sabia... Temor de descobrir algo mais, leva aquele que aos poucos descobre por acaso, o quanto tem sido enganado pela melancólica falta da sabedoria, e ao buscá-la chocou-se por ter visto, não tinha razão...
A razão não existia nele, nem naqueles que ele confiava... Nem mesmo naqueles que ele também não confiava, ou seja, ninguém tinha razão...
E o mais terrível disso tudo, é que todos estes, tanto os que ele confiava, quanto os que ele não confiava, quais hoje sabe, não possuem a razão de nada, sequer tem noção disso...
Então chega-se a conclusão, melhor parar por aqui, chega de buscas, chega de corridas épicas, sonhos miraculosos... Esperanças angustiantes e românticas, visões talvez levadas pela emoção de um dia alcançar o que aqueles que se confiava possuir a razão diziam existir... Basta!
Agora sim, paz...Silêncio um pouco ainda...Um instante de silêncio, onde talvez a razão possa até que enfim, por ela só se revelar. Sem induções, sem humanidades, sem romantismo ou emoções, apenas,  "A Razão"...

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