quinta-feira, 10 de dezembro de 2015


SER DIFERENTE

Às vezes me perguntam como é ser assim?
- Mas, assim como?
- Como? Diferente.

Aquele que sabe o que ninguém sabe.
Descreve o que ninguém descreve.
Alcança frequências que ninguém alcança...
Sente, sente demais... Sente a ponto de enlouquecer!
Elevar as mãos basta para sentir... É tão nítido. O denso, a paz... A música... 
Como flautas permeando por aí. 
Olhares, sempre incomodam demais, olhar nos olhos é o maior dos pesares.
Eles dizem tudo!
Que nos odeiam, que nos amam, que nos invejam, que nos admiram ou planejam contra nós e nos desejam a morte. 
Não há como fugir disso!
E dói... Dói a ponto de buscar o fim, ou o escuro permanente do aconchego de um lar...
Fugir da fúria sem razão, uma fúria de espírito, vista por poucos.
De preferência estreito, sem muito espaço a andar, onde tudo esteja a mão, onde ali se possa ficar.
Pudesse gente como eu escolher ver, sentir ou não... Decerto não o desejaríamos. 
Dolorosa bagagem sem sentido encontra-se sobre alguns.
Karma? Dom? Energia? Sensibilidade? 
Nada sei sobre isso... Sei apenas que amedronta, entristece, afasta e exaure... 
Sofrer a dor do mundo, de todos de uma só vez! Enquanto a dor passa neles, ainda sofremos... Pedimos por eles... É como se esta jamais saísse de nós. 
Cravasse, acumulássemos história e não soubéssemos nos depurarmos depois.
Que belo seria, não sentir através da voz o que realmente desejam dizer, mesmo que digam outras palavras, ah como seria bom! 
Ouvimos o som fluindo, e nos olhos lemos a verdadeira história, nos ouvidos carnais o som, no espírito a verdade dos fatos...
Mas talvez, por uma exaustão já enraizada, fazemos que cremos no que ouvimos apenas, afinal... Do que importaria esta verdade diante de tantas outras mentiras? 
E assim arrasta-se cada um desses diferentes daqui, de um lado a outro, fugindo de horrores que muitos são privilegiados por desconhecerem sequer de sua existência real.  




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