quinta-feira, 10 de dezembro de 2015



MURO DO EQUILÍBRIO




Só peço do momento em que permaneço aqui... Que comumente muitos chamam de Vida.
Que eu seja demasiadamente feliz ou demasiadamente triste.
A ponto de verter luz pelo teto que abriga meus cabelos, ou sangue entre as unhas dele umedecidas.
Não mantenha-me entre estes extremos, lhe peço ó Tempo que comumente chamam de Vida!
Pois é como um vazio sem rumo.
Não acho descanso nem mesmo no leito.
Do alimento, não mais me sacio.
Das minhas lembranças, nada conheço.
E dos meus sonhos, pouco me importo.
E ainda assim, no descanso e sem fome, sem saudade nenhuma e de pouca ansiedade...
Não alcanço a dor necessária, nem a alegria que vestir-me deveria...
E não falo palavras que desejo, tampouco escrevo o que a alma me soca, batendo no peito, num pesar de desespero. 
Que emerge e imerge pela garganta, a suplicar diplomaticamente sem mais tanta esperança.
Permita-me o extremo de um ou o extremo do outro, mas não deixa-me perdida a salvo neste execrável muro entre a dor e a cura.

Escritora Tereza Reche



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