Fragmento de
"E SE EU PUDESSE TE AMAR?"
(conto espírita)
Poucos sabiam da viagem de Letícia, naquela manhã, já no interior do avião rumo à San Francisco – Califórnia, a moça com a cabeça recostada na confortável cadeira de primeira classe, avistava as nuvens, o azul intenso e infinito do céu. O ruído discreto do Boeing a fazia aos poucos se deixar levar por um transe, até finalmente cerrar os olhos num profundo sono... E nas profundezas de seus pensamentos, avistou uma longa estrada, nela um menino caminhava cansado.
Tinha aparentemente uns cinco anos, não mais que isso... Ela tentou alcança-lo, mas ele caminhava rápido, tentando fazer com que o avião que o sobrevoava desse conta de sua presença ali. Letícia o chamou, questionando-o:
- Garoto! Por que acena desse jeito? Não irão vê-lo do avião!
O menino como que não crendo no que acabara de ouvir, voltou-se repentinamente para ela cessando de imediato os passos. Sorrindo numa felicidade nítida disse ofegando:
- Mãe! Você me ouviu? - o olhar dele a prendeu fixamente, a ponto de o transe ainda permanecer alguns segundos após vir à tona pela voz doce da comissária de bordo.
- Deseja alguma bebida?
O olhar lento e distante de Letícia deixou a moça preocupada que a olhando questionou novamente:
- A senhorita está bem?
- Senhora... Sra. Ginich. Eu estou bem. – respondeu ainda envolta na aura daquela visão perturbadora...
Escritora Tereza Reche
Nenhum comentário:
Postar um comentário