sexta-feira, 11 de setembro de 2015




AS TRÊS IRMÃS


No espaço de nossos pesamentos nasceram três irmãs, uma chamada Alegria, outra chamada Tristeza e a terceira Apatia. Alegria era bipolar, ora estava entusiasmada a dançar pelos vislumbres de muitos... Ora cansada, apenas proporcionando a paz.

Tristeza diferente de Alegria era profunda, suas canções eram lágrima pura, mantinha-se sempre reclusa, não dançava, antes esgueirava-se e quando se davam conta ela já havia tomado todo o ser... 



Apatia não era como as irmãs, antes mantinha-se sempre neutralizada frente às ações de Alegria e de Tristeza. As avistava de longe num silêncio ensurdecedor. A passos calculados mostrava-se indiferente às danças de uma e canções da outra. Seu pulsar de existência era como gotículas de água a cair constante e incessantemente numa poça estagnada. Não contava o tempo como faziam ambas, uma de ansiedade e a outra melancolia. Apenas observava, observava e refletia... 
Mas, algumas vezes era lembrada pela irmã Tristeza, uniam-se numa dor sem igual, equalizavam sua essência de maneira tão sublime e despercebida, que se perdiam de vista da terceira irmã... Esta, por sua vez, continuava em algum lugar, sim, ela ainda estava lá! Mas as duas irmãs estavam tão miscigenadas agora, que pareciam uma só e já não mais se recordavam que possuíam Alegria...


Quando as duas irmãs resolvem se unir, caminham sozinhas pelos pensamentos de muitos, procurando a terceira perdida, pois não compreendem que quem a deixou para trás, foram elas próprias enquanto unidas...

Escritora Tereza Reche

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