sábado, 29 de agosto de 2015


FOICES, INCISÕES E ESCRITA


Toda mente que cria, que vasculha o dia a dia, as angustias e alegrias, possuem uma foice. A foice afiada de línguas que dizem não ser de fato o que é, o que de antemão criaste almejando explicitar àqueles que sua arte inalam. Nenhum senhor o será em sua terra, disse outrora Jesus... Talvez não nestas palavras, afinal quem o saberia? Mas de fato não vem ser, aquele que algo é, diante daqueles que cegos se tornam à certas rotinas. Não deixarei de tecer costurando incisões que encontrei, pelas duras palavras de outrem, que nada souberam ler, nas entrelinhas descritas. Tamanho é o crime daqueles, que ao não conhecer o idioma, traduzem de maneira falsante e ainda se põe à dizer, que não foram estas palavras, passíveis de reconhecer. Silêncio diante do outono, silêncio velório se pede, à morte das mãos que transcrevem sem jamais serem compreendidas.

Escritora Tereza Reche

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