quarta-feira, 25 de abril de 2018


Quando Almas Gêmeas não se encontram



Num universo onde sua voz foi a essência de algo acima do físico, do concreto.
Onde minha inocência derretia-se por trás da "linha"
Pudesse nós imaginar que estávamos no fim dela!Seríamos rápidos, contra o tempo, contra o fim...
Os meus olhos estão quase fechando diante da turgidez da minha dor.... Que dor!
Lacerante por décadas, imaginava eu que ela seria dissipada.
Sonhei que dela me esqueceria... Mas não.
Sonhei que me apaixonaria... Me apaixonei, muitas vezes. 
Mas nada foi permanente, não diante da pequena parte que consegui guardar de você.
Hoje, décadas depois sei a dimensão do amor que existiria... E é assustador! Pois é de uma magnitude inexprimível.
Hoje, a beira de três décadas do dia em que nos perdemos , sem sequer termos tido a chance de nos achar, descobri que sentimentos assim não terminam.
Se camuflam, se condenam, se enganam, mas não tem fim.
Estou com os ossos, com os músculos e o pensamento cansados.
Me desespero a ponto de me enfraquecer, imaginar que Kardec possa ter se enganado, que não há você depois do meu véu!
Mas algo em mim insiste em cultivar visões, onde você ano a ano, enquanto nesse charco denso tenho tentado sem sucesso satisfazer-me... Constrói uma realidade pacífica e amena para nós.
Dando-nos a oportunidade de ao menos uma vez, cruzarmos o olhar que nunca avistamos.
Hoje estou e ando sozinha, minha alma adormece, e sempre sinto-me acalentada pela sua, como sempre haveria e haverá de ser...

in memorian de Sérgio Biela - Fevereiro de 1989




Nenhum comentário:

Postar um comentário